segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Este é o lenço

...

"Este é o lenço de Marília para o amado.



Marília, que temeu o esperado
Marília, quem diria? - desapertado
Marília, tudo mudou, tudo vai - desengasgado
Que estando ou não estando, Marília, é malogrado 

Este é o lenço de Marília
nele vereis retratado
o destino dos amores
por um lenço atravessado:
que o lenço para os adeuses
e o pranto foi inventado.


Este é o lenço de Marília
para o Amado.

De Cecília, de Marília e de Maria...

... Eis o que resta dos sonhos: um lenço deixado".


que nem toda Marília é de Dirceu.


Ver poema original de Cecília (porque para uma mulher, ainda mais como esta, o primeiro nome basta!)

Sobre a imagem

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Suave (ou, de Moby Dick e o início das inquietudes sobre a baleia e as imensidões do mar)

Epígrafe de H. Melville à etimologia [da baleia] "(fornecida por um falecido assistente, tuberculoso, de escola média)
[...]
O pobre assistente - puído no casaco, no coração, no corpo e no cérebro: eu o vejo agora. Estava sempre limpando seus velhos dicionários e gramáticas com um estranho lenço, zombeteiramente enfeitado com as alegres bandeiras de tôdas as nações conhecidas do mundo. Êle gostava de tirar o pó de suas velhas gramáticas: isso, de algum modo, fazia-o suavemente recordar-se de que era mortal"

***

O intenso dá sentido à existência. A questão é que, na maior parte do tempo, o intenso não está lá. O intenso é pontual, isolado. Não terá sido por isso que, desde as mais arcaicas e obscenas pinturas rupestres à contemporânea pintura abstrata, criamos a arte para tornar minimamente cotidiano o efêmero intenso da existência? Em meio ao intenso e a arte, super-homens puídos e sem escola sustentam a verdade como se fosse a pena da leveza do ser. E são.