segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Sabem o que é uma coisa realmente bonita? De verdade? O sorriso das pessoas que você ama. Nada fica tanto na memória. E você tornará a se lembrar disso quantas vezes possa.

Certa feita, encontrava-me eu expatriada, justamente num dia como este, em que se celebra passagem de ano. E apesar de estar em excelente e querida companhia, num lugar especial, e tendo prazeres etílicos ao alcance, faltavam-me aquelas almas risonhas d'além-mar. Eu queria imagens! Mas não tinha internet. Eu queria vozes e alegrias compartilhadas! Mas não havia chamadas internacionais. Contagem regressiva e... o ano passou. E a festa arrebentou. Não tive dúvidas e fechei os olhos: eu vou me lembrar de cada um daqueles sorrisos.

Tal qual foi minha surpresa quando, no meio do processo, me dei conta de que não era exatamente de seus risos que eu lembrava, mas de suas explosivas e abertas gargalhadas! Haha! Eu podia ver, e vi, uma a uma, as mais espontâneas risadas de quem me fazia falta. Eu podia até ouvir-lhes o som. A gargalhada de alguém querido não é promessa de felicidade; é alegria presentada, real e fugaz. Fugaz que fica. São olhos apertadinhos, brilhando, explodindo a “mais pura verdade”. Em alguns, um olho mais baixo que o outro, noutros, gaitadas. Bocarras, e tantos dentes, que a gente fica é feio. Fica nada. Fica é gente.

Alegrei-me ainda mais com aquilo, sorri (devo ter chorado também, mas isto por conta dos prazeres etílicos), e abri aquela risada – a minha. Não é que basta mesmo ver o outro rindo pra gente ter motivo?

A todos um feliz ano novo e, mais que o riso, a lembrança dele!